10 março 2007

Aos Chefes, Líderes e Patrões

Maquiavel na obra O Princípe defendeu que quaquer líder não deve olhar aos meios que usa para atingir os seus fins, uma vez que são os fins os objectivos a atingir aqules que efectivamente são relevantes e de interesse.

Rosseau em "O Contrato Social" afirmou que todos devemos agir de forma a que qualquer acção de liderança que se tome, deve considerar que o propósito dessa acção deve ser o bem comum, deve ter em conta a sociedade em que se insere.

Kant, no livro "A Metafísica dos Costumes" considera que qualquer um de nós, no dia-a-dia deve "agir, como se a maxima da nossa acção, por nossa vontadade, se devesse tornar numa lei universal", isto é, devemos agir de tal forma que cada acção deve ser considerada uma lei universal de orientação de vida.

Temos assim três princípios bases de orientação para todos, em especial para aqueles que líderam. Temos assistido cada vez mais que os princípios de Rosseau estão em desuso. pois cada vez mais a liderança, seja ela qual for está a ignorar, cada vez mais e a passos largos, a vivência em sociedade. Assim os patrões de hoje não se interessam com a sociedade, mas sim e só com o seu negócio, e se este corre bem ou não.

Por outro lado esta razia de princípios sociais acarreta consigo e faz desaparecer o digno príncípio de que quando agimos devemos agir de tal forma que esta acção seria uma lei universal de actuação. Qual é o líder que ao decidir considera estar a fazer uma lei universal? Todos decidem em prol do seu umbigo e do seu bolso. Agem, mandam e decidem de forma a que os seus lucros possam ser cada vez mais e cada vez maiores. Estes patrões ignoram completamente a vivência em sociedade excepto quando esta vivência toca aos próprios e aí podem exibir todo o luxo que possuem conquistado com o suor e trabalho do proletariado que se sujeita a toda e qualquer decisão, para que ao final de cada mês possa liquidar as dívidas que contraiu. Dívidas estas que as contraiu apenas para ter uma vida minimamente razoável.

Verificamos pois que a liderança dos dias de hoje é maquiavélica (salvo raras excepções). Não olham a meios para atingir objectivos a que eles próprios se propuseram. Não pensam que os trabalhadores devem trabalhar (mas produtivamente) o para levarem a sua vida com alguma dignidade. A vida não é só composta pela vertente trabalho e as lideranças de hoje só comtempam isso. O desgarçado do trabalhador sente-se com a cabeça presa numa guilhotina, que ao menor delize lhe vai cair sobre a cabeça.

Chamo a atenção para os compromissos que os líderes assumem perenates os patrões que lhes estão acima (e é impressionante, mas existe sempre alguem acima na hierarquia). Não sejam maquiavélicos ao ponto de prometerem mundos e fundos e objectivos inalcançaveis aos superiores hierárquicos para fazerem "boa figura" pois não é justo que só pensem nos fins que tem a atingir e não a forma em como os devem atingir.

Resumindo e concluíndo, moderem a vossa ganância. Moderem a vossa ambição. Moderem a projecção da vossa imagem social com bens de luxo e elevem-na dirigindo e mandando em prol da sociedade e do proletariado. Libertem o Rosseau e o Kant que existe dentro de vós e acorrentem o mais que puderem o vosso Maquiavel. Obrigado

Amén

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