22 setembro 2006

Referendo sobre a IVG

Devido à materia em causa (a vida humana) existe grande controvérsia sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. Assim, decidi debruçar-me sobre este tema e espero o vosso feed-back.

Esta bandeira da Juventude Socialista "agarrada" pelo Bloco de Esquerda sempre foi controversa. Não admira que o P.S. (partido no Governo) nunca tenha chamado a si a responsabilidade de legislar sobre esta matéria, e assim, o Bloco, como Partido das causas fracturantes da sociedade (sem hipóteses de ser Governo) abraçou este tema.

Considero que jamais deveria existir a possibilidade de referendar. A população é politicamente incompetente. Quando é chamada ao sufrágio universal para escolher os seus representante, elege-os com base no nome ou na cor partidária. Elegem-se primeiros nomes de listas e raramente se elegem conscientemente os programas políticos apresentados a sufrágio. Ainda acredito que os programas políticos a sufrágio são para ser cumpridos, apesar de na Hungria termos verificado o contrário.

Os Partidos refugiam-se assim na máxima "o povo é soberano" para se desresponsabilizar das suas acções. Na próxima eleição não vamos avaliar o Governo sobre este tema, pois foi o povo quem se pronunciou.

Deixo-vos então esta mensagem: O referendo é colocar nas mão de incompetentes a decisão sobre um tema, neste caso a Vida Humana. A abstenção não resolve, pois demonstra desinteresse sobre o assunto. O voto em branco é a arma que temos para pronunciarmos a vontade de deixar quem de direito a legislar e regrar a nossa vida em sociedade.

Amén

3 comentários:

Reis Silva disse...

Bom post! Pelo menos suscita a discusão.
Por acaso até defendo os referendos, mas não é no nosso país!
O referendo é um dos instrumentos mais puros e sérios das sociedades democráticas, e como todos nós sabemos, na velha Europa existem apenas 3 países verdadeiramente democráticos....Suécia, Finlândia, e Suiça.
Um referendo só resulta quando há uma verdadeira política informatica, onde são mostrados todos os prós e contras, e não a palhaçada que costuma haver no nosso Portugal, onde uns tentam influenciar os outros, começando pela Comunicação Social, que para se desculparem veem com aquela "só queremos informar a opinião pública", ou "o povo tem o direito de saber"....é uma vergonha!!!!

Concordo que o povo não é incompetente. Incompetentes são aqueles que têm responsabilidades políticas e tentam utilizar a "ferramenta" referendo para manipolizar o "povo".
Contudo, a maioria do povo português ainda não está preparado para tão grande responsabilidade e responsabilização numa resposta....30 anos de libertação do antigo regime não são suficientes para o povo esquecer a sensação do "paizinho" que trata de tudo!

Anónimo disse...

Palavras bonitas. Mas nem só de palavras se faz a condição humana. Sinceramente devo dizer que só deveria votar as pessoas que têm noção do que é uma IVG. Penso que não se deveriam pronunciar as pessoas que nunca passaram por essa experiência. As mulheres não são, e desculpem-me o termo, as rameiras da sociedade que só pensam, e desculpem novamente o termo, em fornicar e só depois pensarem nas consequências. E não é de bom grado, tenho noção disso, que estas mulheres optaram por uma IVG. Mas isto é só a opnião de um humano, cidadão deste mundo, um mero incompetente politico. Quando se diz que a população não deveria referendar porque é politicamente incompetente... Isso é dizer que não haveria democracia. Mas bom é só a minha opnião. Desculpe discordar por completo da sua opnião. E fica um conselho, cresça pessoalmente... depois sim poderá opinar sobre este caso. Cumprimentos

João Pedro Pereira disse...

Necessáriamente todos, mesmo que levemente, tem a noção do que é, ou pode ser uma IVG. Assim como qualquer cirurgia acredito que não seja algo fácil para alguém se submeter e superar. Como aquele que tem HIV e vai ao médico, que se expõe e tem necessariamente que contar os pormenores da sua vida íntima.

Relativamente ao referendo, e refiro-me à Instituição Referendo, como previsto na Constituição, essa tem que ter os dias contados.
A população portuguesa apesar de democrática, não se interessa pela política. Uma franja da sociedade pode pensar política, o que esta correcto e o que está menos correcto, quais os programas eleitorais de cada partido, quais os pontos a favor e contra em cada programa partidário.

Nos referendos tem uma opinião do senso comum e votam por experiências que mais ou menos rodeiam o seu umbigo. Ninguém consegue abstair-se do seu mundo e pensar no bem geral. É assim o Português...

E para todos aqueles que votaram SIM no referendo aqyui ficam uns pontos para reflectir:
- será o aborto o melhor contraceptivo?
- será que o aborto deve ser feito porque à mulher lhe apetece?
- num conflito (daí ter que existir uma lei)entre feto, criança, filho (o que lhe quiserem chamar)e mãe, deverá a decisão pender sempre em favor de uma das partes? (uma imagem - num PORTO vs BENFICA na primeira parte o arbitro só marca falas a favor do PORTO).
- Nunca esquecer que por tradição se opta sempre pela via mais fácil. Engarvidei do amante... mas amo o meu marido... que fazer? um aborto claro pois é mais facil que chegar ao pé do marido e dizer que engravidou do amante.

Resumindo
1) a Instituição do Referendo serve para a classe política se descartar de matérias sensíveis sobre a qual não quer legislar prevendo uma decisão contrária à da maioria das pessoas que levaria no futuro a perder eleições;
2) O aborto (ou IVG que é mais suave) vai servir unica e exclusivemnte como contraceptivo pois é a via mais fácil. Ressalva-se o facto de ja estar prevista a possibilidade de interrupção da garvidez em determinados casos.

Amén